A pergunta do deputado galego Francisco Rodríguez não conseguiu desarticular o talante do presidente do Estado espanhol.
Perante argumentos baseados na unidade linguística galego-portuguesa e o derrubamento das fronteiras ainda existentes, tendo como referência a Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias o presidente do Governo, José Luis Rodríguez Zapatero, veio dar muito politicamente uma resposta que se vem a traduzir num «Nem sim, nem não» ou «Depende».
As interpretações podem ser múltiplas, tantas como possibilidades de sucesso ou fracasso.
Em palavras do presidente: «Posso confirmar que o Governo está aberto a estudar a possibilidade de planificar um novo multiplex autonómico adicional para poder difundir a televisão portuguesa na Galiza».
Mas tendo em conta este ponto de partida triunfal acabou concretizando a sua posição dizendo que se «trata de um tema complexo com dificuldades de índole técnica, jurídica e económica» e que «haveria que analisar também o custo que implicaria a aplicação da infraestrutura necessária e abordar as dificuldades relacionadas com os direitos de emissão e gestão da publicidade».
Isto é, que perante a falta de garantia dos direitos sociais da comunidade galega de receber os meios de comunicação da República portuguesa, como vem estabelecido na CELRM, texto assumido pelo Governo do Reino, e o apelo à sua aplicação urgente, o presidente prioriza os interesses da propriedade privada e das empresas.
Rajoy contra-ataca
Depois de um relativo entendimento e cordialidade no debate entre Zapatero e Rodríguez, chegou a intervenção de Mariano Rajoy sobre previsões económicas, em que aproveitou para celebrar, ironicamente, o apoio do Governo do estado para que as televisões portuguesas se vejam na Galiza, mas para ele «como presidente, deveria garantir que todas as pessoas na Galiza possam estudar em castelhano», um duro ataque contra a naturalização linguística na Galiza, que só passa por um modelo de ensino integral em português galego e a introdução maciça de toda a produção cultural, social, e económica portuguesa e lusófona.
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