'O mundo cai', sons brasileiros sobre a desorde mundial
O tema a concurso número 11, da formación A Voleo, aproveita as posibilidades do galego como lingua internacional.
A Voleo entra a concursar no A Polo Ghit, coa canción O mundo cai, que nos describen como "construída sobre os esquemas do forró do Nordeste brasileiro. Neste caso, achegando unha maior contundencia sonora, con pingas mesmo de ska e trash metal, mais conservando o son do acordeón e o triángulo e mais o sabor característico do xénero".
"Aproveitamos o feito de que compartimos unha lingua internacional, que chega até o outro lado do mar, onde moitos nordestinos son chamados 'galegos', para facermos este forró rebelde e á galega, 'noroestino', cunha letra que fala da actual Desorde Mundial, onde a insustentábel riqueza do primeiro mundo descansa sobre a necesaria pobreza da maioría da Humanidade e o tedio dos supostos beneficiarios desa riqueza ficticia".
Forman o grupo Juan Antonio Vázquez, coa voz, guitarras, triángulo e máquinas, e mais a voz de Araceli Tzigane.
O mundo cai
Nom perdam tempo em escuitar essas histórias
que os afastam do sentido que hai que ter da realidade,
o que é o mundo já está de avondo explicado
e nom dêem voltas às cousas porque as podem marear.
Nom é motivo de preocupaçom o aumento
imparável da pobreza, e por que havia de ser?
Todo acontece por força da natureza,
nom hai culpa, nem receita, nem hai nada que fazer.
Primeiro mundo vai, segundo o mundo cai.
Primeiro mundo vai segundo cai.
Porque palavras como Desenvolvimento,
Mundializaçom, Progresso, mesmo Globalizaçom,
bem traduzidas dim que ninguém tem direito
a seguir outro caminho que o que o Dinheiro marcou.
E qualquer gente, qualquer curruncho de terra
tenhem que ser explorados, hai que os rendabilizar;
a liberdade é património das empresas
que com ânimo de lucro se animem a se lucrar.
Primeiro mundo vai, segundo o mundo cai.
Primeiro mundo vai segundo cai.
Corporações que, com total impunidade,
se vam fazendo com as terras que lhes dê para explorar,
é inevitável que se dê a casualidade
de que ali vivesse gente e que tenha que marchar.
Deixa a tua terra, e que morra a tua cultura,
que desapareça a língua e a sabedoria ancestral,
vai-te, malandro, vai morrer numha favela,
as misérias do progresso poderás saborear.
Primeiro mundo vai, segundo o mundo cai.
Primeiro mundo vai segundo cai.
Porque entretanto, dentro do Primeiro Mundo,
entre todos entretidos mirando Televisom
e consumindo falsa alegria envasada,
celebram que estám no cúmio da civilizaçom.
Bem distraídos andam eles, consumindo-se com a TV,
e construindo vidas de usar e tirar,
alguém falou de liberdade de eleiçom, e outro dijo
elejo o lixo, e o planeta a estoupar!
Primeiro mundo vai, segundo o mundo cai.
Primeiro mundo vai segundo cai.
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