Mari Alkatiri não vai se demitir do cargo de primeiro-ministro de Timor-Leste, como exigiu o Presidente da República do país, Xanana Gusmão, anunciou a Fretilin esta quinta-feira, em Díli.
Segundo revelou o secretário-geral adjunto do partido no poder em Timor-Leste, José Reis, em conferência de imprensa, o chefe do Governo timorense não vai apresentar a demissão a Xanana Gusmão e "apela aos órgãos de soberania que resolvam a crise dentro do quadro constitucional".
O chefe de Estado timorense escreveu, terça-feira, a Mari Alkatiri a pedir a sua demissão por ter perdido a confiança política no chefe do Governo de Timor-Leste.
Após ter visto um documentário da televisão australiana ABC, onde diz serem feitas "graves denúncias" sobre o envolvimento do primeiro-ministro na "distribuição de armas a civis", o Presidente da República de Timor-Leste afirma ter perdido a confiança política no primeiro-ministro.
Depois de uma reunião do Conselho de Estado, o primeiro-ministro timorense, que é também secretário-geral da FRETILIN, disse que iria ouvir o seu partido sobre a questão.
O documentário investigou a alegada formação de um grupo armado que terá sido criado pelo ex-ministro do Interior Rogério Lobato, sob instruções de Mari Alkatiri, para que eliminasse alegados opositores do Governo.
O comandante Vicente da Conceição "Railos" diz ter recebido armas e fardas de uma das unidades de elite da Polícia Nacional, bem como a missão de eliminar adversários políticos do primeiro-ministro timorense.
Terça-feira, Mari Alkatiri rejeitou as alegações de "Railos". Em entrevista concedida à Rádio Televisão de Timor-Leste (RTTL), o chefe do Governo timorense negou ter ordenado a eliminação de opositores dentro e fora da FRETILIN, desmentindo também ter armado delegados do seu partido com o objectivo de matar opositores até às eleições de 2007.