A organização holandesa divulgou esta sexta-feira um comunicado onde garante que irá regressar a Portugal. A promessa é firmada no dia seguinte ao chamado "barco do aborto" ter abandonado as águas internacionais ao largo da costa portuguesa, de volta à Holanda.
"O barco vai regressar a Portugal. Os direitos das mulheres não são uma ameaça à segurança nacional", é referido no texto. O Governo português, através do ministro de Estado, Defesa e Assuntos do Mar, Paulo Portas, proibiu a entrada da embarcação em águas territoriais portuguesas, alegando respeito pela "lei nacional" e salvaguarda da "saúde pública". A WOW apresentou recurso da decisão, mas o Tribunal Administrativo de Coimbra acabou por dar razão ao Executivo português.
No entanto, a batalha judicial não deve ficar por aqui, sendo que a WOW já afirmou que pretende apresentar uma nova queixa junto do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
No comunicado, a organização holandesa também comenta a acusação de uma associação portuguesa anti-aborto que denunciou que a presidente da WOW, Rebecca Gomperts, tinha desrespeitado a lei ao divulgar publicamente como deve ser usado um fármaco, à venda nas farmácias portuguesas, para provocar um aborto. "Rebecca Gomperts não foi notificada oficialmente de qualquer acusação e não foi interrogada", esclarece a WOW.
A estrutura holandesa avisa que "centenas de mulheres portuguesas desesperadas contactaram a WOW para solicitar informação sobre o método a utilizar" com o fármaco que poderá provocar um aborto.