Em cerimónia carregada de emoção, realizada em Taci Tolo, nos arredores de Díli, perante líderes de diversas nações e de milhares de pessoas que não quiseram perder o acontecimento, Timor-Leste tornou-se esta segunda-feira, dia 20 de Maio de 2002, às 00h00 locais, a primeira nova nação do milénio.
Logo após o arriar da bandeira das Nações Unidas (ONU), foi proferida a declaração de independência, pelo presidente da Assembleia Constituinte de Timor-Leste, Francisco Guterres. Seguiu-se o hastear da bandeira de Timor-Leste, ao mesmo tempo em que era entoado o hino nacional timorense. Poucos minutos depois, Xanana Gusmão foi empossado Presidente da nova República Democrática de Timor-Leste.
Toda a cerimónia está a decorrer num descampado, agora batizado com o nome de Jardim dos Heróis, onde foi realizada já uma missa campal seguida por uma festa cultural e onde foram proferidos discursos de dirigentes timorenses e internacionais.
Estiveram presentes, entre outros, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o Presidente da República portuguesa, Jorge Sampaio, o primeiro-ministro português, Durão Barroso, o Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, a Presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, e vários ex-governantes como Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, António Guterres, ex-primeiro-ministro português, e Jaime Gama, ex-ministro dos Negócios estrangeiros de Portugal. No total, 92 representantes de diversas nações assistiram à maior festa já realizada em Timor-Leste.
Timor-Leste, com cerca de 740,000 habitantes, foi uma colónia portuguesa durante 350 anos antes de ter sido invadida pela Indonésia em 1975. Entre 1975 e 1999 perdeu a vida cerca de um quarto da população em luta contra a ocupação e devido à fome. O território leste da ilha de Timor passou a ser administrado pelas Nações Unidas a partir de um referendo realizado em Agosto de 1999.